Hoje não vai ter vídeo. E está tudo bem
- giselle chassot Lago
- 6 de mar. de 2023
- 2 min de leitura

Se você me conhece ou me acompanha, sabe que as minhas “peças frouxas” saem do lugar do nada. E está tudo bem. Meu tornozelo esquerdo é um desastre. Rompi o ligamento em algum momento da vida que não sei identificar. O resultado é que, de vem em quando, ele resolve por conta própria sair do seu lugar tradicional e eu que lute.
Hoje estamos assim. Foi no meio da manhã. Senti uma dorzinha chata quando pisei no chão, olhei para o tornozelo e... tcharam! Olha o bichinho gorducho!!!! Dá pra andar? Dá. Dá pra trabalhar? Sim, dá. Dá pra gravar vídeo de abertura pro post com a quarta parte da conversa com a Dra Angelle? Não, não dá, porque a cara está ruim. Dói e não tem graça. Ainda que eu me esforçasse, se eu risse hoje seria mentira. E mentira é positividade tóxica.
Já fingi muito que não sentia dor, porque tive vergonha da minha condição. Porque detesto pedir ajuda. Porque não entendia direito o que eu tinha, já que o diagnóstico não estava fechado. Porque tinha medo de que o chefe do momento achasse que eu era frágil para a função. Já guardei tantos atestados médicos para me afastar do trabalho por entorses, luxações, subluxações e dor difusa que nem sei contar. Simplesmente não os apresentava e seguia trabalhando. Afinal, se a dor é minha e é subjetiva, eu sei quando posso e preciso parar. Na adolescência e, mesmo na universidade, fiz provas e assisti às aulas com partes engessadas inúmeras vezes.
Acho que todo mundo com dor crônica já fez isso, ao menos uma vez. Certamente não é exclusividade minha. Há dias em que isso cansa. Hoje, estou exausta. E sem vontade de fazer de conta.
Então, não vai ter vídeo hoje e está tudo bem. Porque, se você sabe de mim, sabe também que minha vida e meus dias não são previsíveis. Eu nunca gostei mesmo de rotina!
Comments