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Minha experiência com o canabidiol

  • Foto do escritor: giselle chassot Lago
    giselle chassot Lago
  • 29 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura

No mesmo dia em que foi fechado meu diagnóstico de Síndrome de Ehlers-Danlos com hipermobilidade, recebi de minha médica a orientação de buscar autorização da Anvisa para adquirir canabidiol. Depois de cinco anos com diagnóstico errado de artrite reumatóide e fibromialgia, estava exausta de opioides que já não faziam mais efeito como deveriam e infiltrações de corticóide que me fizeram inchar como um balão. Portanto, a possibilidade de usar alguma coisa menos tóxica me pareceu mais que uma boa ideia.

Acessar a medicação, como diria a minha avó, são outros 500. Existe toda uma burocracia a ser cumprida, que inclui relatórios médicos argumentando sobre a necessidade da medicação, a sua doença e os benefícios que o óleo da cannabis pode trazer. A essas justificativas, também é necessário juntar toda a documentação do paciente. As empresas que importam o produto normalmente cuidam dessa burocracia, mas o processo não é tão ágil quanto o paciente em sofrimento gostaria.

Vale lembrar que a autorização precisa ser renovada a cada semestre. E é preciso cumprir novamente todas as etapas do primeiro pedido. Então, para não interromper o tratamento, é bom que o paciente se programe para pedir nova remessa bem antes do frasco acabar. Além da burocracia para a importação, é necessário aguardar a remessa vinda do exterior (normalmente, dos Estados Unidos).

O medicamento ainda é caro, porque é quase sempre importado. Algumas associações, universidades e centros de pesquisa brasileiros até têm autorização para extrair o óleo, mas a oferta não supre, nem de longe, a demanda. Eu, pessoalmente, parti para a importação.

Não tenho base científica para assegurar que funciona com todo mundo. Comigo, foi maravilhoso. As crises de dor insuportável ficaram bem mais espaçadas. Hoje, consigo dizer que estão praticamente controladas. Claro que, como tenho doença crônica, não tenho como dizer que não há mais crises. Elas ainda existem, mas a gente se habitua com o tempo a equalizar a dosagem da medicação para controlar tanto a dor quanto os danos associados a ela, como a ansiedade, a depressão e a insônia.

Não se trata de defender o medicamento como uma panaceia. Ele não vai curar a SED. Mas me permitiu reduzir o uso de analgésicos fortíssimos e suportar a dor sem grandes interrupções na minha rotina, inclusive de trabalho.

Antes que algum conservador mal-informado comece a criticar, preciso reforçar que o canabidiol não produz os efeitos que apavoram os que são contrários ao uso: o medicamento não causa dependência, não tem efeito psicotrópico e nem é porta de entrada para outras drogas – até porque, não se trata de uma droga; ao menos não no sentido de substância ilícita. Não há motivo para temer ou se opor a algo apenas por conta de sua matéria-prima. E vale lembrar que todo medicamento é uma droga. Afinal, o sinônimo de farmácia não é drogaria?

Para quem não sabe o que é sentir dor o tempo todo, é fácil, confortável e conveniente proibir o acesso a tudo que é novo. Para quem sofre (o canabidiol atua em muitas frentes além da dor crônica), é uma possibilidade de viver com mais qualidade de vida. Para mim, tem sido um alívio.

 
 
 

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